Para muitos, o fim de dezembro é o momento de refletir sobre as conquistas do ano que está acabando e estabelecer metas e aspirações para o que está por vir. Nessa hora, porém, também é comum enfrentar um choque de realidade: uma lista com alguns (ou muitos) objetivos que pareciam fazer muito sentido no ano passado, mas que foram esquecidos ou impossíveis de cumprir este ano. Afinal, como evitar a repetição disso em 2019?
O segredo pode estar, justamente, em focar menos em resultados e conquistas específicas. Em um artigo do site Fast Company, a editora Anisa Purbasari Horton conta como ganhou uma promoção, correu uma maratona e guardou 20% de seu salário este ano. Mais do que exaltar as conquistas, a autora destaca um fato curioso: nenhuma delas estava em sua lista de metas para 2018.
No lugar deles, Horton havia estabelecido objetivos mais “abertos” para o ano: seguir um plano de treinamento de maratona completa, dedicar mais tempo para desenvolvimento de carreira e projetos de longo prazo e criar um ou dois bons hábitos financeiros, como guardar parte do salário mensalmente para juntar um fundo de emergência. Ou seja, os objetivos focavam na criação de hábitos, e não nas conquistas que viriam com eles. “As duas conquistas que eu estabeleci como metas eu não consegui cumprir por circunstâncias inesperadas que apareceram”, observa a autora.
Segundo ela, criar metas desse tipo torna muito mais fácil construir (e seguir) uma rotina sólida – no caso dela, uma rotina de dieta e exercícios, uma transferência mensal e automática para a poupança e uma rotina de trabalho que separa um dia por semana para projetos específicos. “A partir disso, eu simplesmente estruturei minha vida em torno do sistema”, explica, destacando a importância de manter consistência, na medida do possível, mesmo diante de imprevistos ou mudanças de rotina. Se em determinada semana é impossível dedicar um dia todo a projetos, por exemplo, separar uma ou duas horas para isso ajuda a manter a rotina nos trilhos.
Adotar o hábito de refletir sobre o andamento dos objetivos é outro ponto importante destacado por ela. Para isso, ela adotou a rotina de avaliar semanalmente os progressos feitos, as lições aprendidas e o que é possível melhorar nas próximas semanas. Anisa propõe não estabelecer mais que três áreas de atenção por trimestre.
Segundo ela, esse tipo de “reflexão estruturada” permite entender se o seu tempo está ou não sendo gasto de forma produtiva – e, se não, que mudanças são necessárias. Também proporciona mais motivação para lidar com contratempos ou lutas internas. “Eu sempre vi a reflexão como algo que eu queria fazer quando me apetecesse, não algo que eu quisesse ser forçada a fazer”, escreve Horton. “Mas conforme isso se tornou uma rotina, eu percebi o quanto eu estava perdendo por não fazer este exercício”.
Fonte: www.epocanegocios.globo.com